segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Racha na Serra do Rio do rastro – Capítulo 4

Um pouco de ação, direto das páginas do livro. Um "pega" na Serra do Rio do Rastro! Pra quem conhece essa Serra, sabe o quanto isso é difícil: um obstáculo extremamente íngreme e sem espaço para certas manobras. Isso não pode acabar muito bem! Aproveitem a leitura!

Porém, primeiramente, visualizem a Serra:




E agora... pequena degustação do capítulo

     A história do racha circulou pela pequena cidade, chamando a atenção de curiosos.
     Mesmo com a pressão dos amigos para não comparecer, Víctor lá estava, no local e horário combinados.
     O irmão ainda insistia para que ele não corresse. Natália e Léo também, tentando convencê-lo dos riscos. Víctor alegou que não correria, mas estava curioso.
     A Serra do Rio do Rastro compunha uma das mais belas paisagens da região. À noite, então, o espetáculo se multiplicava por causa do contraste causado pelas pequenas luzes que pontilhavam todo o trajeto, extremamente sinuoso e íngreme. Alguns trechos permitiam que somente um veículo pequeno passasse, em cada uma das faixas, por vez. Veículos maiores com frequência apresentavam grandes dificuldades em suas curvas, principalmente nas de 180 graus. A velocidade também precisava ser moderada, em especial nas viagens noturnas, pois o menor descuido poderia levar a um precipício sem fim. O fundo do vale não se sabe onde exatamente ficava em alguns pontos, devido à mata densa da encosta. Do outro lado, o paredão rochoso se estendia até o céu, rente à rodovia.

[...]

     As motos prosseguiam em alta velocidade, subida acima. As curvas fechadas eram os principais obstáculos. O ronco ensurdecedor dos motores perturbavam a paz e a tranquilidade da natureza.
     Víctor seguia bem mais atrás com seus amigos. Outros curiosos também resolveram segui-los. Ouviam-se os motores distantes.
     Haviam subido um bom trecho, faltando pouco para alcançarem o alto da serra. Não haviam encontrado, até aquele momento, nenhum motorista vindo em direção contrária. Até haviam passado por um veículo de passeio que subia, porém, ultrapassaram-no sem dó nem piedade.
     Foi numa curva de 180 graus que tudo ocorreu. Um caminhão-baú descia em velocidade acima do normal para aquele ponto. Uma descida íngreme. Uma curva fechada. Oito motos dispersas nas duas mãos da rodovia, ocupando toda a pista. Uma delas freou bruscamente e derrapou, esbarrando em outra, que também projetou seu motorista ao chão. No entanto, o pior ficou com o caminhão, que, sem saber ao certo que lado tomar, por causa das motos, freou de repente, mas não venceu a curva. O veículo perdeu o controle, quebrou a murada de proteção e voou pelo despenhadeiro. Tudo o que se ouviu do caminhão foi a explosão, quando ele chocou-se com alguma rocha, bem mais embaixo.
     Alex e os outros competidores pararam para certificar-se do ocorrido. Porém, não havia mais o que fazer.
     Ao ouvir a explosão, Víctor acelerou ainda mais a moto, para verificar o que sucedera. Seus amigos também o fizeram. O clarão provocado pelas chamas tomou conta do céu, iluminando a escuridão da noite. E essa luminosidade toda podia ser vista de muito longe.
     Os dois motoqueiros que caíram no asfalto tiveram apenas escoriações leves e retornaram para suas motos.
     Assim que Víctor chegou ao local, desceu rápido da moto e foi à beira do despenhadeiro.
     – O que houve? – Perguntou. E um dos competidores explicou.
     Víctor perguntou, então, se perceberam se o motorista conseguiu pular ou escapar, mas ninguém sabia dizer. O rapaz ultrapassou a mureta, já completamente quebrada, e foi à beirada do barranco ver se descobria algo. Tudo o que se podia ver era o fogo e a destruição no trecho que levava a ele. E percebeu que o caminhão havia caído, primeiramente, na própria pista da serra, mais abaixo, que seguia feito zigue-zague, por mais de uma vez, antes de atingir o penhasco propriamente dito, capotar e explodir. Por muito pouco o caminhão não atingira os curiosos que subiam naquele trecho.
     Alex também veio ver e Víctor empurrou-o com violência.
     – Tá vendo do que é que eu tava falando!... Olha o que vocês fizeram! – Acusou-os.
     Ao perceber o que ocorrera, muitos dos curiosos começaram a dispersar, fugindo, temendo que a explosão tivesse chamado a atenção da Polícia Rodoviária Federal.



quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Matando a curiosidade sobre meu livro

Para quem quiser matar a curiosidade, aí vai o Capítulo Zero do meu novo livro:






    O sol ardia intensamente no céu deslumbrante, sem qualquer companhia, queimando a pele de quem ousava desafiá-lo na cara e na coragem.
    Olhos perdidos num horizonte distante e inalcançável. Por trás desses olhares, uma parede caiada erguia-se imponente por cerca de seis metros, até alcançar algumas janelas fortemente protegidas. Protegidas de quem?
    Passos desalinhados, perdidos, sem rumo e sem qualquer pressa. Daquela distância mal se conseguia identificar as grades que separavam o mundo.
    Era horário das visitas de domingo. Famílias inteiras reunidas. Esposas. Filhos. Pais. Mães…
Ao menor sinal de hostilidades, armas eram empunhadas avidamente. Seus donos guarneciam o alto dos muros e as guaritas dos cantos, quase tocando o céu.
    Com tanto movimento, nem todos são tão observados quando se espera. E, nesse local especificamente, um par de olhos negros apertava-se como se feridos pela luminosidade. Estava calmo e paciente, à espera de alguém, que não tardou a surgir do outro lado das grades que fechavam o pátio de visitas.
    Um guarda uniformizado abriu-lhe a porta, permitindo-lhe a entrada. Era alta, loira, com belos cabelos esvoaçantes, curvas sensuais e um minúsculo vestido que mais mostrava que escondia. Atraía todos os olhares. Uma distração perfeita.
Logo atrás, quase imperceptível, um homem a seguia. Uma barba enorme ocultava-lhe quase todo o rosto. Cabelos escuros, bem aparados. Com cerca de 1,75 metro de altura, uma estatura acima dos padrões locais.
    A mulher cumprimentou o presidiário que a aguardava. O senhor aproximou-se mais e os dois homens se olharam e se analisaram por um instante.
    A loira sensual olhou ao seu redor, analisando brevemente a situação. Logo, afastou-se dos dois e aproximou-se de um casal jovem, conquistando a atenção deles.
    – Você tem fogo, querido? – Ela perguntou ao rapaz, segurando sensualmente um cigarro entre os dedos.
    O rapaz demorou um pouco para compreender a pergunta, distraído pelo par de seios que quase pulavam de dentro do vestido.
    Quem se indignou com a cena foi a namorada, que xingou a sedutora distração e começou a gritar com o rapaz, chamando-o de tudo quanto foi nome. Estava armado um pequeno barraco. A loira sensual afastou-se um pouco e passou apenas a assistir.
    Com isso, o barbudo e o presidiário paciente aproveitaram a situação e entraram juntos em uma porta velha de madeira com uma figura de homem colada, próxima de onde estavam. Era o banheiro.
    Minutos depois, o barbudo deixou o banheiro sozinho e juntou-se outra vez à loira. A confusão ia se dissipando, com a presença de alguns guardas para apaziguar os ânimos do casal.
    O barbudo e a loira resolveram deixar o local, da mesma forma como entraram, sem que houvesse qualquer impedimento.
    As famílias ainda conversavam. As mães beijavam seus filhos. Os pais ainda tentavam dar conselhos. As esposas e namoradas se despediam, com beijos rápidos e discretos. As crianças abraçavam seus pais.
    O tempo entre o pátio e o portão da penitenciária foi breve. O barbudo e a loira passaram tranquilamente pela porta da frente, onde um carro os esperava. Assim que entraram, o motorista partiu, normalmente, sem levantar suspeitas.
Outros detentos e familiares tentaram usar o banheiro após a saída do sujeito barbudo, mas a porta parecia trancada. Após uma boa espera, no entanto, alguém se irritou e resolveu chamar um dos guardas, que, na dificuldade de descobrir o que sucedia, resolveu arrombar a porta. Para a surpresa de todos, jazia, ao lado do vaso sanitário, o corpo de um estranho, envolto em uma poça de sangue.
    Soou o alarme, todas as saídas foram bloqueadas, as visitas suspensas, os presidiários tiveram que retornar para suas celas… tudo tarde demais.
    No carro que já seguia distante, a loira começou a retirar a peruca, soltando os cabelos castanhos que alcançavam seus ombros, e foi retirando o excesso de maquiagem, enquanto se dirigia ao barbudo:
    – Você é um homem livre agora, Kefer. Caia fora. Procure um local sossegado para se esconder um tempo. Meu irmão está te esperando. O motorista vai te deixar lá, ele é de confiança, não se preocupe.
    Ela colocou, então, a peruca dentro da bolsa, que havia ficado no carro, e retirou de dentro dela seus óculos escuros, colocando-o no rosto. Pegou de cima do banco, ao lado de Kefer, um sobretudo e vestiu-o para esconder a vulgaridade do minivestido. Parecia agora outra pessoa. O carro parou diante de um hotel de luxo.
    – Muito obrigada, Fátima! Você foi um gênio! – Ele elogiou-a.
    – Não foi nada. Você fez o mesmo pelo meu irmão há alguns anos… agora você precisa partir, pois o Daniel vai te levar pra onde você quiser.
    Despediram-se e o carro partiu outra vez, agora sem ela.



Meu segundo livro

Meu segundo livro:
As Testemunhas: Na mira do tráfico




Sinopse:


Adolescente, rebelde e de espírito aventureiro, Víctor sempre gostou de viver com muita adrenalina e emoção. Mais que tudo, desafiar seus pais ou qualquer forma de autoridade era praticamente um hábito que cultuava, influenciando seus amigos a fazerem o mesmo.
Até que, num domingo que deveria ser como um dia qualquer, um fatídico encontro com o misterioso caçador mudou para sempre sua vida. Pouco depois, o corpo boiando no rio, com um tiro no peito, completaria a tragédia. Não se tratava de um simples homicídio e Víctor percebeu de imediato.
Kefer estava crente de que aquela cidade seria perfeita para seus negócios. Nada poderia atrapalhar seus planos. Ledo engano, pois um empecilho de considerável magnitude cruzara seu caminho: seis adolescentes, uma grande curiosidade e muita audácia.
Víctor e seus amigos estavam agora entre as ameaças de Kefer, um dos traficantes mais procurados pela Polícia Federal, e a pressão de seus pais e da polícia que buscavam a verdade.
Então, quando tudo parece estar contra você, de que lado ficar? O que fazer? Continuar se debatendo contra a correnteza ou deixar as águas te levarem? O que você faria se estivesse na pele de uma testemunha?

Mais que uma história sobre assassinato, tráfico internacional de drogas e armas e investigação policial. Uma trama que mostra a vida de seis jovens que buscavam apenas uma aventura para fugir da rotina. Uma narrativa que expõe as entrelinhas de famílias notórias e bem sucedidas profissionalmente. Um suspense empolgante e surpreendente do início ao fim.